terça-feira, 18 de novembro de 2014

Movimento e Suporte do Corpo Humano

Sistema Locomotor


O sistema muscular e o sistema esquelético fazem parte do sistema locomotor. Esse sistema é responsável pelos inúmeros movimentos, inclusive a locomoção que conseguimos desenvolver.

Ao se falar de locomoção não se pode esquecer-se de fazer alusão aos mecanismos que possibilitam tal feito, pois o locomover-se não é algo tão simples como pensamos, na verdade ele é resultado de um complexo e sistemático trabalho em equipe realizado pelo nosso.
Geralmente quando se fala em locomoção, logo vem à mente a imagem de um braço e uma perna, e de fato esta correta esta associação, mas é preciso fazer uma analise mais aprofundada desta temática. Locomover-se não é um ato isolado que culmina somente nos nossos braços e pernas, - se fosse assim muitas das pessoas que os possuem e ainda sim são paraplégicas ou tetraplégicas poderiam andar normalmente – é muito mais do que isso é um ato comunitário onde todo o corpo contribui de alguma maneira.
No entanto, ao estudarmos sobre fisiologia humana percebemos que em seu funcionamento geral, o organismo humano se estabelece funcionalmente atribuindo a certos órgãos e sistemas algumas funções mais especificas, porém estas funções trabalham em unidade para promover o bom funcionamento do corpo.
Neste caso, temos o sistema ósseo e muscular que atuam na tarefa de proporcionar ao corpo uma mobilidade e uma movimentação mais ampla. Sendo que o sistema muscular é formado pelos músculos e o sistema ósseo pelos ossos. Segue abaixo geral do sistema muscular:

Os músculos estão envolvidos em todo e qualquer tipo de movimento que o organismo pode realizar. Metade do peso corporal provém deles. São órgãos que podem ser de três tipos: liso, estriado cardíaco e estriado esquelético.
O músculo liso é encontrado na parede de órgãos ocos, e apresenta contração involuntária. É o único tipo de músculo presente nos animais invertebrados.
O músculo estriado cardíaco constitui o miocárdio (músculo do coração) e apresenta contração involuntária.
O músculo estriado esquelético constitui a maior parte do nosso organismo. Os músculos dessa categoria são responsáveis pelas contrações e movimentos voluntários do corpo. Podem ter seu volume e tamanho aumentados com exercícios físicos. Esses músculos ligam-se aos ossos por meio de tendões. Quando um músculo se movimenta, ele se contrai e puxa o osso ao qual está ligado, mas para que ocorra o movimento, o outro músculo também precisa se contrair para o lado contrário.

Já o sistema ósseo- retratado na imagem acima- é constituído por um conjunto de ossos que podem ser de vários tipos (longos, chatos, curtos e irregulares). Além da sustentação do corpo, os ossos também produzem células do sangue e servem como reserva de cálcio. Ligados aos músculos por meio de tendões realizam movimentos responsáveis pela locomoção.
Na união dos ossos existem cartilagens, que são responsáveis por não deixarem que ocorra atrito e eventual desgaste ósseo.
Do esqueleto fazem parte também os ligamentos. Eles são encontrados nas articulações e se prendem firmemente nos tecidos ósseos.  Às vezes pode ocorrer ruptura desses ligamentos, em casos mais graves a intervenção cirúrgica pode ser necessária. Nas duas imagens abaixo retratam o papel dos ligamentos e articulações no processo locomotor humano.   

Função do esqueleto

O esqueleto ósseo, além de sustentação corporal, apresenta duas importantes funções: Reservas de sais minerais, principalmente de cálcio e fósforo, que são fundamentais para o funcionamento das células e devem estar presentes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para suprir a deficiência.
Determinados ossos ainda possuem medula amarela (ou tutano), como mostra a figura ao lado. Essa medula é constituída principalmente por células adiposas, que acumulam gorduras como material de reserva.
No interior de alguns ossos (como o crânio, coluna, bacia, esterno, costelas e as cabeças dos ossos do braço e coxa), há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.
Crescimento Ósseo

Há um esqueleto cartilaginoso durante a vida embrionária, o qual será quase totalmente substituído por um esqueleto ósseo. É o que se denomina ossificação endocondral (do grego endos, dentro, e chondros, cartilagem).
Os ossos começam a se formar a partir do segundo mês da vida intra-uterina. Ao nascer, a criança já apresenta um esqueleto bastante ossificado, mas as extremidades de diversos ossos ainda mantêm regiões cartilaginosas que permitem o crescimento. Entre os 18 e 20 anos, essas regiões cartilaginosas se ossificam e o crescimento cessa. Nos adultos, há cartilagens em locais onde a flexibilidade é importante (na ponta do nariz, orelha, laringe, parede da traquéia e extremidades dos ossos que se articulam).

Juntas e Articulações

Juntas são o local onde dois ossos se tocam. Algumas são fixas (ex: crânio), onde os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas (ex: articulações), os ossos são móveis, permitindo ao esqueleto realizar movimentos.

Há vários tipos de articulações:

Tipo "bola-e-soquete" - Nos ombros, possibilitando movimentos giratórios dos braços.
Tipo "dobradiça" - Nos joelhos e cotovelos, permitindo dobrar.

Os ossos de uma articulação têm de deslizar um sobre o outro suavemente e sem atrito, ou se gastariam. Os ossos de uma articulação são mantidos em seus devidos lugares por meio de cordões resistentes, constituídos por tecido conjuntivo fibroso: os ligamentos, que estão firmemente aderidos às membranas que revestem os ossos.

Divisão do esqueleto

O esqueleto humano pode ser dividido em três partes principais:

Cabeça: O crânio é uma estrutura óssea que protege o cérebro e forma a face. Ele é formado por 22 ossos separados, o que permite seu crescimento e a manutenção da sua forma. Esses ossos se encontram ao longo de linhas chamadas suturas, que podem ser vistas no crânio de um bebé ou de uma pessoa jovem, mas que desaparecem gradualmente por volta dos 30 anos.
A maioria dos ossos cranianos formam pares, um do lado direito e o outro do lado esquerdo. Para tornar o crânio mais forte, alguns desses pares, como os dos ossos frontais, occipitais e esfenóides, fundem-se num osso único. Os pares de ossos cranianos mais importantes são os parietais, temporais, maxilares, zigomáticos, nasais e palatinos. Os ossos cranianos são finos mas, devido a seu formato curvo, são muito fortes em relação a seu peso - como ocorre com a casca de um ovo ou o capacete de um motociclista.

Tronco: Formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo osso esterno. O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial.

Coluna Vertebral: Coluna Vertebral Ou espinha dorsal, é constituída por 33 ossos (as vértebras). A sobreposição dos orifícios presentes nas vértebras forma um tubo interno ao longo da coluna vertebral, onde se localiza a medula nervosa.

Costela e Osso Esterno: A costela e o osso esterno protegem o coração, os pulmões e os principais vasos sanguíneos. A musculatura da caixa torácica é responsável, juntamente ao diafragma, pelos movimentos respiratórios.
A caixa torácica é formada pelas costelas, que são ossos achatados e curvos que se unem dorsalmente à coluna vertebral e ventralmente ao esterno.
A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas. Algumas tem uma extra (mais comum em homens do que mulheres). Os dois últimos pares de costelas são ligados à coluna vertebral, não se ligam ao esterno (as costelas flutuantes).

Membros Superiores e Inferiores: Os ossos dos membros superiores e inferiores ligam-se ao esqueleto axial por meio das cinturas articulares.

Membros Superiores: Composto por braço, antebraço, pulso e mão.
O braço só tem um osso: o úmero, que é um osso do membro superior.
O antebraço é composto por dois ossos: o rádio que é um osso longo e que forma com o cúbito (ulna) o esqueleto do antebraço. O cúbito também é um osso longo que se localiza na parte interna do antebraço.
A mão é composta pelos seguintes ossos: ossos do carpo, ossos do metacarpo e os ossos do dedo. Os ossos do carpo (constituída por oito ossos dispostos em duas fileiras), são uma porção do esqueleto que se localiza entre o antebraço e a mão. O metacarpo é a porção de ossos que se localiza entre o carpo e os dedos.

Membros Inferiores: São maiores e mais compactos, adaptados para sustentar o peso do corpo e para caminhar e correr. Composto por coxa, perna, tornozelo e pé.
A coxa só tem um osso - o fémur - que se articula com a bacia pela cavidade catilóide. O fémur tem uma volumosa cabeça arredondada, presa a diáfise por uma porção estreita - o colo anatómico. A extremidade inferior do fémur apresenta para diante uma porção articular - a tróclea - que trás dois côndilos separados pela chanfradura inter-condiliana. O fémur é o maior de todos os ossos do esqueleto.

A perna: é composta por dois ossos: a tíbia e a fíbula. A tíbia é o osso mais interno e a fíbula é o osso situado ao lado da tíbia.

Os dedos: são prolongamentos articulados que terminam nos pés. O pé é composto pelos ossos tarso, metatarso e os ossos dos dedos. O metatarso é a parte do pé situada entre o tarso e os dedos. O tarso é a porção de ossos posterior do esqueleto do pé.

Cintura Pélvica:
Ou bacia, conecta os membros inferiores ao tronco. Podem distinguir o homem da mulher. Nas mulheres é mais larga, o que representa adaptação ao parto.

Distribuição dos ossos

Os ossos estão assim distribuídos: 32 ou 33 na coluna vertebral, 22 na cabeça, 24 costelas, 64 nos membros superiores, 62 nos membros inferiores, alguns ossos na região do ouvido e outros na região do tórax.
As principais funções são: protecção, sustentação, local de armazenamento de ions de cálcio e potássio, além de um sistema de alavanca que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamento do corpo, no todo ou em parte, e por fim local de produção de certas células do sangue.

Com relação a classificação dos ossos, eles podem ser:

a) Longos
É aquele que apresenta um comprimento consideravelmente maior que a largura e a espessura. Exemplos são; fémur, úmero, rádio, ulna e outros.

b) Plano
É o que apresenta comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura. Exemplos são; ossos do crânio, como o parietal, occipital, frontal e outros.

c) Curto
É aquele que apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são excelentes exemplos.

d) Irregular
Possui uma morfologia complexa. As vértebras e o osso temporal são exemplos.

e) Pneumático
Apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestida de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de seio.

f) Sesamóides
Desenvolvem na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa de certas articulações.

Doenças dos ossos

A Osteoporose

A osteoporose é uma doença óssea crónica. É caracterizada pela redução da resistência dos ossos, o que causa o aumento do risco de fracturas ósseas.
A resistência dos ossos tem duas características: a quantidade de osso medida em termos de densidade óssea e a qualidade do osso, avaliada em termos da sua micro-arquitectura

Sem sintomas até acontecer uma fratura

A resistência óssea reduzida por si só apresenta poucos ou nenhuns sintomas. Este é o perigo da osteoporose. Os sintomas aparecem tarde com as consequentes fracturas. As fracturas podem provocar dor, incapacidade, deformidade e qualidade de vida diminuída, o que leva a perda da independência e eventual necessidade de cuidados de enfermagem.


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